quinta-feira, 15 de maio de 2014

O estado actual da ciência: precária

     No passado dia 5 de Maio, fui a uma sessão aberta no ISCTE sobre as condições precárias em que se faz ciência hoje em dia em Portugal. Fiquei especialmente alarmada e escandalizada, com os dados que foram apresentados referentes aos investigadores que se encontram sem contractos laborais, dependendo de bolsas miseráveis para se dedicarem a projectos que em muito podem contribuir para o desenvolvimento de Portugal e da sociedade respectivamente. Ainda assim, aqueles que de facto têm contractos laborais, têm-nos mas em condições altamente débeis. Segundo Inês Farias, bolseira do IPMA, cerca de 70% dos investigadores encontra-se sob contractos precários.
     Como em tudo, mas focando-me nesta questão em particular, é claro que a nossa política está a implementar uma concepção economicista para a ciência para além de a desrespeitar enquanto contributo essencial. A "inovação cientifica" é actualmente o ponto central dos investimentos e não a ciência propriamente dita. Existe uma clara desprotecção dos desempregados nesta área profissional, bem como ,fortes desigualdades no seio da comunidade cientifica de que eu não me tinha apercebido. A titulo de exemplo, os bolseiros actualmente não têm poder de voto e observação dentro da sua comunidade. A falta de reconhecimento social pela comunidade científica, leva a que estas desigualdades se acentuem e a sua importância de dissipe a nível político. No entanto, simultaneamente, está a crescer o movimento de luta pelos direitos dos investigadores e de todos que desejam fazer ciência como profissão nomeadamente dentro dos precários inflexíveis. A esta luta alio-me porque reconheço o direito de investigar de forma digna e reconhecida. Atribuo uma importância singular à ciência, sem ela não haverá possibilidade e "pernas para o mundo e a sociedade caminharem".

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/universidade-de-lisboa-corta-bolsas-de-investigacao-1636110